Embora o ano ainda não tenha chegado ao fim, é evidente que a inteligência artificial se destaca como uma das tecnologias mais notáveis. Seu desenvolvimento, embora experimental desde a década de 50, ganhou notoriedade nos últimos 12 meses devido à sua rapidez, impacto e popularização de seu potencial disruptivo.
Ao considerar sua aplicação no varejo, é incontestável que estamos diante de uma realidade incipiente e pouco transformadora até o momento. Isso não surpreende, dado o histórico do setor em adotar tecnologias em um ritmo mais lento em comparação com outras áreas.
No entanto, isso não implica que as redes varejistas devam ignorar os benefícios de eficiência que a inteligência artificial pode proporcionar, especialmente em períodos comerciais cruciais, como a Black Friday e o Natal, que demandam maior engajamento da força de vendas.
Não sugiro uma corrida contra o tempo para implementar essa tecnologia nos dias que antecedem essas datas comerciais, mas acredito que seja possível testar e compreender seus limites para uma adoção mais efetiva no engajamento da força de vendas a partir de 2024.
A inteligência artificial foi treinada para substituir atividades humanas, especialmente aquelas relacionadas a habilidades analíticas e estratégicas. Sua capacidade atual de analisar e categorizar dados supera significativamente a dos humanos. No entanto, é crucial ponderar questões éticas e limitações no contexto do varejo.
Enquanto proporciona eficiência e insights personalizados, a inteligência artificial também pode gerar questões sensíveis, como viés de dados e preocupações com privacidade. O setor deve garantir o uso responsável da tecnologia, desde o treinamento de modelos até a segurança e utilização adequada das informações do cliente.
Graças a essa tecnologia, os gestores do setor agora têm uma visão mais abrangente e profunda dos hábitos e comportamentos dos consumidores. Isso otimiza a gestão de dados relacionados aos clientes e suas compras, fornecendo informações valiosas para a formulação de ações e campanhas que visem aumentar o sell-out.
Além disso, a combinação de informações eficientes e o avanço dos modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs) resultam em um auxílio excepcional para o setor varejista ao interagir e se aproximar dos clientes.
Aprovado no rigoroso teste de Turing, o ChatGPT, hoje a principal ferramenta de mercado, possibilita abordar os clientes de forma clusterizada, utilizando técnicas de agrupamento de dados distintos para categorização posterior.
A tecnologia não apenas melhora a comunicação com os clientes, mas também impacta a gestão interna das lojas. Permite uma melhor supervisão dos gerentes sobre os vendedores, aprimorando a interação para intensificar o giro do estoque.
Mais além, a inteligência artificial identifica quando um produto está prestes a se esgotar no estoque, antecipando-se por meio de padrões de saída identificados em seu histórico de vendas. Soluções baseadas nessa tecnologia contribuem para uma reposição mais rápida dos itens, algo crucial durante as datas comerciais mais importantes do ano.
Embora a adoção de IA ainda não seja generalizada, é indiscutível que, em um futuro próximo, essa ferramenta será fundamental para proporcionar maior clusterização e assertividade aos negócios. Aqueles que liderarem na implementação da inteligência artificial têm maiores chances de superar a concorrência, especialmente durante os principais eventos comerciais.